O Centro Cultural

Cataguases

Localizada na Zona da Mata de Minas Gerais, Cataguases possui um rico acervo de arquitetura moderna, construído entre as décadas de 1940 e 1960. O Iphan realizou o tombamento individual de 16 edificações, em 1994 e, em 2003, foi tombado o conjunto histórico, arquitetônico e paisagístico da cidade. O patrimônio cultural é formado por obras de Oscar Niemeyer, dos irmãos MMM Roberto, Aldary Toledo, Francisco Bolonha, Carlos Leão e Edgar Guimarães do Valle, dentre outros arquitetos.

Niemeyer é autor dos projetos do Colégio Cataguases e da residência Francisco Inácio Peixoto. Artistas plásticos, paisagistas e designers de móveis também marcaram a cidade com seus trabalhos: Cândido Portinari, Djanira, Emeric Marcier, Anísio Medeiros, Bruno Giorgi, Jan Zach, Burle Marx e Joaquim Tenreiro, entre outros. Na história de Cataguases, destacam-se os efeitos da prosperidade econômica - alcançada pela produção cafeeira, a chegada da ferrovia e, posteriormente, a industrialização - sobre a cultura local.

No início do século XX, a facilidade de comunicação com o Rio de Janeiro, proporcionada pela ferrovia, possibilitou o desenvolvimento de um cenário propício às artes, principalmente as ligadas ao Movimento Modernista, pelo qual a cidade tornou-se conhecida. Entre 1927 e 1929, foi lançado, por grupos locais, o Manifesto Literário e publicada a Revista Verde, modernista. A partir de 1940, iniciou-se a fase da arquitetura e arte modernistas que se estendeu até o fim da década de 1960.

A família Peixoto, proprietária de indústrias têxteis - além de suas residências - financiou boa parte das obras modernas, algumas moradias para funcionários de suas indústrias, escola, cine-teatro, hospital, monumentos, praças, entre outros equipamentos urbanos. Destacam-se, ainda, os painéis e mosaicos utilizados como revestimento em muitas fachadas, assinados por importantes artistas brasileiros.

Além de todas as características estilísticas modernas dessas obras, entre suas peculiaridades estão os acabamentos cuidadosos, o uso de materiais e revestimentos diversos e sua combinação cromática, o uso sem parcimônia do mesmo tom de azul, amarelo e cor-de-rosa que se repetem nas paredes de diversas obras, a profusão de muros em pedra cuidadosamente trabalhados, a cobertura em fibrocimento em alguns edifícios, a ousadia tecnológica demonstrada pelo uso do concreto armado na obtenção de grandes vãos e nas formas não convencionais para a época, a presença dos solários, e as escadas que conectam quartos com salas e cozinhas.

Fonte: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/369/

Nanzita Gomes

Nascida em 01 de outubro de 1919, em Cataguases, Nanzita Ladeira Salgado Alvim Gomes foi uma das principais artistas plásticas do Brasil, tendo seu nome reconhecido até mesmo no exterior. Um dos grandes nomes da arte cataguasense, aliou seu trabalho ao estilo modernista que sempre caracterizou a cidade. Começou seus trabalhos na década de 1940, após ter estudado com importantes nomes, como Jan Zack. Sua pintura retratava a relação harmônica e duradoura que Nanzita sempre teve com seu jardim – tomado por bromélias e orquídeas bem cuidadas, num espaço estratégico da residência. Mas a artista, completa em sua essência, também representava outras temáticas – tais como as questões sacras. Nesse sentido, foi convidada a pintar a Via Sacra no Santuário de Santa Rita de Cássia, em Cataguases – sendo esta uma de suas grandes obras. Uma amante da arte que não deixou de registrar sua marca nesse ramo. Para tanto, criou em 1976 a GAL ART (Centro de Arte e Cultura de Cataguases), que expunha o acervo de obras da artista, além de promover o lançamento de livros e, por vezes, expor obras de outros artistas. A artista faleceu em dezembro de 2007, mas a GAL ART ainda expôs, por muitos anos, suas obras. Nanzita recebeu diversos prêmios e condecorações ainda em vida. Uma artista que deixou as marcas de sua pintura pela cidade onde nasceu.

Assista ao vídeo feito pelos alunos da Universidade Federal Fluminense, com o apoio do professor Edmilson Mota, do Núcleo de Ensino e Pesquisa sobre Espaço Curricular de Geografia. O trabalho de campo foi conduzido pelos alunos Thallys, João Paulo, Sérgio, Leziane e Thaunars, com base nos Fundamentos Teóricos e Metodológicos do Ensino de Geografia. Eles exploraram o notável patrimônio cultural que é a antiga residência da renomada artista Nanzita Ladeira, tombada pelo IPHAN. Os alunos da Universidade Federal Fluminense destacam a importância de conhecer a história completa da artista Nanzita, ao explorar sua vida e obra, os espectadores podem compreender melhor a relevância de seu legado para a cultura brasileira, bem como para a arte modernista e para a cidade de Cataguases.

(32) 3421.5390 (de segunda à sexta de 9h às 11h e de 14h às 16h30)

Av. Astolfo Dutra, nº 166 Centro - Cataguases/MG