null “Meu pai idealizou um sonho e eu coloquei em prática”

14/09/2021 11:44

Ana Tosatti enfrentou os desafios de ser uma empreendedora rural para realizar o sonho do pai 

Ana Tosatti, 34 anos, graduada em zootecnia, mãe, esposa e empreendedora rural. Atualmente Ana gere uma propriedade, localizada em Cordilheira Alta, a 20 km de Chapecó-SC, que produz cerca de 24 mil litros de leite mensal. Mas para chegar aonde está hoje, Ana venceu muitos desafios, principalmente pelo fato de ser uma mulher, jovem, a frente de uma propriedade rural. 

“Foi difícil, mas eu consegui. As vezes chegava em casa e tinha vontade de chorar, pôr as pessoas não acreditarem em mim, parece que elas acham que por você ser mulher você não entende, mas o que sempre me deu força foi a vontade de dar orgulho ao meu pai. Ele idealizou um sonho e eu coloquei em prática”, revela Ana com os olhos marejados. 

Com uma vocação familiar para o campo, Ana cresceu ouvindo histórias que fizeram despertar o amor pelo campo e pelo trabalho rural. “Eu sempre ouvi histórias, desde criança e sempre tive esse sonho. Então, quando tive a oportunidade, quis assumir a propriedade”, recorda. 

O avô foi quem deu início ao projeto ao comprar um pequeno pedaço de terra. Depois outro e mais outro. Quando ano tinha 16 para 17 anos o avô pediu se ela queria assumir a propriedade. “Eu falei que sim, era o que eu sabia fazer.” Com apenas 10 vacas e uma produção de 100 litros por mês, Ana foi em busca de conhecimento teórico para auxiliar no desenvolvimento do negócio.

“Eu me formei em zootecnia e fui aprimorando. Antes (as vacas) ficavam no pasto, hoje estão confinadas, produzem 800 litros de leite por dia. A gente está sempre buscando melhorar a genética, melhorar a produção. Fui fazer zootecnia porque queria voltar para o campo com um saber a mais. Precisa ter a prática e a teoria andando junto.”

 

Amor pelo campo 

Ana foi na contramão dos números, já que a partir do Censo Agropecuário de 2017, o IBGE identificou 947 mil mulheres responsáveis pela gestão de propriedades rurais, de um universo de 5,07 milhões, o que corresponde a apenas 19%, enquanto os homens detêm 81%. O que fez Ana Tosatti prosperar, segunda ela, foi o amor e identificação com a vida no campo. 

“Aqui eu tenho a disponibilidade de estar auxiliando meus pais, de estar mais tempo com a minha família. Além disso, tem o espaço que a gente vive. Escutar os passarinhos, sentir o sol nascer. Até a questão da alimentação, toda a carne consumida por nós é a gente que produz, o leite fresco pra tomar... Eu nunca me imaginei trabalhando fora daqui”, finaliza Ana.

 

Apoio do cooperativismo 

Com a ambição de ver os negócios evoluírem, Ana encontrou no cooperativismo financeiro um grande parceiro. “Quando eu fiz 16 o meu pai abriu uma conta pra mim num Banco e foi tudo muito frio. Então, depois eu falei que não queria algo diferente para a minha vida. Então eu cheguei no Sicoob MaxiCrédito. Ali nunca encontrei dificuldade. Quando eu fui abrir uma conta, não me questionaram ‘ah é só você?’, acreditaram em mim, sou eu, sou eu que estou à frente do negócio. Quando chega na agência é uma segurança, é como se estivesse chegando em casa. Você é acolhida. É diferente”, afirma.