Open Banking traz desafios e oportunidades para instituições financeiras - Nacional
null Open Banking traz desafios e oportunidades para instituições financeiras
Novo sistema, que vai trazer mais transparência e competitividade, deve ficar pronto até o final do ano
O Banco Central (BC) anunciou no ano passado e deu início em fevereiro deste ano ao processo de implementação do Open Banking no Brasil. A próxima etapa será em 15 de julho, quando as instituições podem começar a compartilhar dados de clientes com outras instituições, desde que sejam solicitadas expressamente pelo próprio cliente.
Segundo o Banco Central, o Open Banking, ou sistema financeiro aberto, “é a possibilidade de clientes de produtos e serviços financeiros permitirem o compartilhamento de suas informações entre diferentes instituições autorizadas pelo Banco Central e a movimentação de suas contas bancárias a partir de diferentes plataformas e não apenas pelo aplicativo ou site do banco, de forma segura, ágil e conveniente”.
Atualmente, explica o BC, uma instituição não “enxerga” o relacionamento do cliente com outra, então tem dificuldade de competir por ele com melhores serviços.
“Com a permissão de cada correntista, as instituições se conectam diretamente às plataformas de outras instituições participantes e acessam exatamente os dados autorizados pelos clientes. Todo esse processo é feito em um ambiente seguro e a permissão poderá ser cancelada pela pessoa sempre que ela quiser”, informa o BC.
Para o presidente do Sicoob Central SC/RS, Rui Schneider da Silva, “há muitos desafios e oportunidades que caminharão juntos para todos os integrantes do Sistema Financeiro Nacional, e não será diferente para as cooperativas. Todos terão que ser mais competitivos, mas temos muito diferenciais que podem ser bastante atraentes para quem ainda não conhece as vantagens do cooperativismo financeiro”.
Mais transparência
A ideia de um Sistema Financeiro Aberto também está relacionada à concepção de um sistema mais transparente, em que o consumidor, além de ter verdadeiro domínio de seus dados, tenha fácil acesso a informações precisas sobre produtos, serviços e taxas praticados em cada instituição financeira.
É por isso que o Open Banking também pode ser visto como uma ferramenta que trará mais competitividade ao setor financeiro, contribuindo para a redução da concentração bancária no Brasil.
Para imaginar o efeito disso sobre a vida financeira dos clientes, basta lembrar que quanto maior a concorrência, maior também é a variedade de ofertas e, com isso, aumentam as chances de encontrar soluções mais baratas e convenientes para cada pessoa.
De certa forma, cada pessoa poderá “montar o seu próprio banco”, contratando produtos e serviços de acordo com seus interesses. Preços e agilidade serão diferenciais competitivos importantes, mas há muito mais detalhes que podem impactar nas decisões, e o cooperativismo financeiro tem muito espaço para crescer e mostrar todo o seu potencial.
Se no caso do Pix (novo sistema eletrônico de transações), as cooperativas financeiras já são quase 85% das instituições participantes, no que se refere ao Open Banking esse entusiasmo cooperativista também tende a ser grande.
“Somos um modelo de negócios que está presente em todos os continentes e com uma história de sucesso de quase 200 anos, que não visa lucro e tem no cooperado um dono, não apenas um cliente”, explica Dangelo Dalla Rosa, gerente de Negócios do Sicoob Central SC/RS.
O Sicoob possui os mesmos produtos e serviços de um banco, mas com taxas e juros inferiores à média do mercado. E ainda devolve o lucro, que no cooperativismo é chamado de “sobra”, para os seus associados. No ano de 2020, os associados do Sicoob economizaram R$ 8,3 bilhões na utilização de produtos e serviços – cálculo feito com base na diferença entre os preços médios do Sicoob e os players do Sistema Financeiro Nacional.
“Além disso, o Sicoob tem a mesma qualidade tecnológica dos grandes bancos e investe todos os resultados na própria comunidade onde capta recursos, gerando mais desenvolvimento local, emprego, renda e qualidade de vida”, acrescenta Dangelo.
Até dezembro
A fase 3 do Open Banking deve começar no dia 30 de agosto, com o funcionamento de serviços que permitam ao cliente fazer algumas operações bancárias fora do Internet Banking ou App de sua instituição financeira.
Na fase 4, que começa dia 15 de dezembro, poderão começar a ser compartilhados outros dados dos clientes e usuários, sobre operações de câmbio, seguros, investimentos e outros – o que ainda está em debate entre os participantes.
Quer conhecer mais sobre este e outros assuntos financeiros? Acesse o blog do Sicoob “O seu dinheiro vale mais”: www.oseudinheirovalemais.com.br
Fonte: Blog do Sicoob “oseudinheirovalemais” e Banco Central – com adaptação e acréscimo do Sicoob Central SC/RS). Foto: Marcello Casal Jr. Agência Brasil.