A força do cooperativismo de crédito numa ótica internacional - Nacional
null A força do cooperativismo de crédito numa ótica internacional
Marco Aurélio Almada: o desafio das novas tecnologias e novos públicos
No início do mês de março foi realizado o Workshop Internacional “Cooperativas de crédito: novos modelos de negócios”, uma parceria entre Sistema OCB e Banco Central do Brasil, apresentando casos variados de como cooperativas de crédito – do Brasil e do mundo – estão se reinventando e superando os desafios dos novos tempos.
O evento, realizado de forma integralmente virtual, reuniu aproximadamente 700 pessoas em cada um dos três dias. Entre o público, representantes de cooperativas, centrais e confederações ligadas ao Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) e convidados internacionais apresentando suas experiências.
Resiliência e flexibilidade
A abertura do workshop foi conduzida por Harold Espínola, chefe do Departamento de Supervisão de Cooperativas e Instituições Não Bancárias, do Banco Central do Brasil (BC), e Marco Aurélio Almada, coordenador do Conselho Consultivo do Ramo Crédito, no Sistema OCB – e também CEO do Centro Cooperativo Sicoob.
Ambos trouxeram uma reflexão aos participantes sobre a importância da troca de conhecimentos e experiências para o desenvolvimento de soluções estratégicas visando solucionar desafios que são muito parecidos em todos os sistemas e países, como a chegada de novas tecnologias, novos públicos, com novas formas de interação e novas necessidades.
Rodomarque Meira, chefe-adjunto do Desuc/BC, conduziu uma apresentação sobre os modelos de negócio das cooperativas brasileiras. E foi seguido pelo convidado francês, Eric Caen, que trouxe o case da Crédit Agricole, sistema cooperativista de crédito que possui o maior percentual de produtores agrícolas no mundo (com nove em cada 10 produtores franceses associados). Uma apresentação marcada pela ênfase do modelo francês no investimento em inteligência artificial de forma humanizada, com foco nas necessidades dos clientes.
Um oceano de distância, e a mesma percepção
O segundo dia do workshop trouxe as experiências do Sistema Sicredi e do grupo português Crédito Agrícola. Gisele Rodrigues, superintendente de Soluções de Pagamento, conduziu a apresentação do modelo brasileiro, que corroborando com as falas do primeiro dia, trouxeram o foco nas pessoas e nas suas demandas reais.
Licínio Pina, presidente do Conselho de Administração Executivo do Crédito Agrícola, grupo português, abordou a realidade das cooperativas lusitanas, trazendo ainda questões fundamentais relacionadas à Zona do Euro, como por exemplo a participação do cooperativismo de crédito no mercado europeu, e o forte investimento no digital feito pelo setor. Com mais de 300 mil associados e 1,8 milhão de clientes, o Crédito Agrícola é um dos principais grupos financeiros portugueses.
Irmãos em sintonia
Chegando ao último dia do workshop, as apresentações do Sistema Sicoob e da Confederação Paraguaia de Cooperativas – a Confacoop, deixaram claras as semelhanças e as inspirações possíveis entre os modelos brasileiro e paraguaio.
Edson Lisboa, superintendente de Sistemas de Informação do Sicoob, abordou assuntos como melhorias em soluções, expansão física e até blockchain. E a programação encerrou com a apresentação do diretor da Confacoop, Eduardo Valenzuela, sobre o modelo praticado no país vizinho.
Alvo de diversos elogios, o representante paraguaio tocou em aspectos importantes do modelo que segue voltado para a origem cooperativista, com preocupação socioambiental e, principalmente, foco no crescimento dos indivíduos. “Não somos alternativa, somos a solução”, afirmou, defendendo que o cooperativismo é, sem dúvidas, a resposta para um mundo mais justo, feliz e equilibrado.
Encerrando a programação, o evento contou com as participações do presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, e do diretor de Fiscalização do BC, Paulo Souza, que mais uma vez enfatizaram a importância da programação elaborada e dos conteúdos apresentados.
“Nossos convidados mostraram que as cooperativas estão na vanguarda do negócio. Cada vez mais, vamos precisar de economias que tenham a inclusão social como prioridade, assim como a sustentabilidade. Esses fatores, aliados à tecnologia, farão a nova economia global – e têm tudo a ver com o cooperativismo”, defendeu Souza.
“Respeitar a diversidade das pessoas é o caminho para construirmos nossa unidade. Precisamos inovar, sim. E a inovação precisa nascer dentro da cooperativa, se instalar na governança, na gestão, nas ações de mercado. Inovação é mudança, é um conceito vivo. Precisa ser uma parte ativa dentro da cooperativa, um núcleo interno permanente”, encerrou o representante cooperativista.
Os vídeos dos três dias de workshop estão disponíveis nos canais do Sistema OCB e do Banco Central no YouTube.
Fonte: OCB – Assessoria de Imprensa