Governança, Transparência e Gestão nas Cooperativas - Nacional
null Governança, Transparência e Gestão nas Cooperativas
As cooperativas são mais do que apenas negócios, são comunidades de pessoas que trabalham juntas para alcançar objetivos comuns
As cooperativas são organizações únicas que operam de maneira democrática e focada no bem-estar de seus membros. No Brasil, as cooperativas são regulamentadas pela Lei 5.764, de 1971. No caso das cooperativas de crédito, existe ainda a Lei Complementar 130, de 2009, que regulamenta quesitos adicionais. Se você ainda não está familiarizado com o cooperativismo, este artigo vai mostrar como as cooperativas se destacam em termos de gestão, transparência e governança.
O que é uma cooperativa?
Uma cooperativa é uma associação de pessoas que se unem voluntariamente para atender as suas necessidades e aspirações econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de propriedade conjunta e democraticamente controlada.
Governança em cooperativas
A governança em cooperativas é sobre como as decisões são tomadas e como a organização é gerida. A seguir, alguns pontos-chave.
Assembleias Gerais: as cooperativas realizam assembleias gerais anualmente, normalmente nos primeiros três ou quatro meses do ano, quando todos os membros têm o direito de votar em decisões importantes e eleger seus representantes. A participação efetiva dos associados é crucial, pois é nas assembleias que eles podem eleger as pessoas em quem confiam e delegar atribuições a essas pessoas. Isso garante que todos tenham voz na direção da cooperativa e que a gestão seja verdadeiramente democrática.
Estatuto Social: o estatuto social das cooperativas é o documento que consolida as decisões do grupo de associados e serve de norte para a atuação do conselho de administração. Ele define as regras e diretrizes que todos devem seguir, garantindo uma gestão democrática e participativa.
Conselho de Administração: as cooperativas possuem um Conselho de Administração responsável por definir as diretrizes estratégicas e supervisionar a gestão da cooperativa. Os membros do conselho são eleitos nas assembleias gerais pelos próprios cooperados.
Comitês de Governança: as cooperativas formam comitês de Governança para monitorar áreas específicas, como auditoria, ética e conformidade, assegurando que a cooperativa opere de maneira justa e transparente.
Transparência
A transparência é essencial para construir a confiança entre os membros e a comunidade. As cooperativas adotam várias práticas para garantir isso.
Relatórios financeiros: as cooperativas publicam regularmente relatórios financeiros detalhados que estão acessíveis a todos os membros. Isso permite que todos acompanhem a saúde financeira da cooperativa.
Comunicação aberta: as cooperativas mantêm canais de comunicação abertos e acessíveis para que os membros possam obter informações e esclarecer dúvidas a qualquer momento.
Auditorias internas e externas: as cooperativas realizam auditorias internas para monitorar continuamente suas operações e auditorias externas independentes para garantir a precisão e a integridade das informações financeiras.
Conselho Fiscal: as cooperativas possuem um Conselho Fiscal responsável por fiscalizar as atividades financeiras e administrativas. No caso das cooperativas de crédito, a Lei 196/22 tornou o Conselho Fiscal facultativo, cabendo aos associados definir se mantêm ou não o Conselho Fiscal, assegurando que tudo esteja em conformidade com as normas e regulamentos.
Regulação e fiscalização
As cooperativas de crédito, por serem instituições financeiras, estão sujeitas à regulação e fiscalização do Banco Central do Brasil. Esta supervisão garante que as cooperativas operem de acordo com as normas e regulamentos financeiros, promovendo a estabilidade e a confiança no sistema financeiro. A fiscalização do Banco Central é essencial para assegurar a integridade das operações das cooperativas e proteger os interesses dos associados.
Supervisão pelas cooperativas centrais
De acordo com a Lei Complementar 196/22, as cooperativas centrais desempenham um papel crucial na supervisão das cooperativas singulares a elas filiadas. As cooperativas centrais são responsáveis por monitorar e orientar as operações das cooperativas singulares, assegurando que estas cumpram com as normas e regulamentos estabelecidos. Esta supervisão adicional contribui para a solidez e a eficiência do sistema cooperativo, promovendo boas práticas de gestão e governança.
Gestão eficiente
A gestão eficiente é crucial para o sucesso de qualquer cooperativa. A seguir, algumas práticas que as cooperativas adotam.
Planejamento estratégico: as cooperativas definem objetivos claros e estratégias para alcançá-los, sempre com a participação dos membros.
Capacitação de membros e gestores: as cooperativas investem em treinamento e desenvolvimento para garantir que todos estejam alinhados com os objetivos da cooperativa e preparados para contribuir de maneira eficaz.
Uso de tecnologia: as cooperativas implementam ferramentas tecnológicas para melhorar a eficiência operacional e a comunicação, facilitando o acesso às informações e a participação dos membros.
Mais do que negócios
As cooperativas são mais do que apenas negócios, são comunidades de pessoas que trabalham juntas para alcançar objetivos comuns. Através de práticas sólidas de governança, transparência e gestão, as cooperativas garantem que todos os membros tenham voz e que a organização opere de maneira justa e eficiente. Se você está curioso sobre o cooperativismo, esperamos que este artigo tenha esclarecido como as cooperativas funcionam e por que acreditamos tanto nesse modelo.
Fonte: Portal do Cooperativismo Financeiro.