null Outubro Rosa: É sobre vencer uma batalha por dia e não se deixar abalar

24/10/2022 10:51

Estamos na reta final do mês de outubro, tradicionalmente focado nas ações de prevenção e combate ao câncer de mama. E para marcar este importante momento, conversamos com a associada do Sicoob MaxiCrédito de Xaxim, Klívia Anziliero, que foi diagnosticada com câncer de mama duas vezes, a primeira delas aos 21 anos. Ela compartilha sua experiência e como encarou os dois tratamentos contra a doença

 

O diagnóstico veio aos 21 anos. Neoplasia maligna no seio direito. A constatação da doença em uma mulher tão jovem surpreendeu até os médicos. “Você vai recebendo aquelas informações e não associa que é contigo. Mas conforme vai chegando aquele bombardeio, o cérebro começa a processar”, conta Klivia Anziliero, associada da agência Alvorada, localizada em Xaxim/SC, do Sicoob MaxiCrédito.

A empreendedora de 34 anos relembra o diagnóstico da doença, em 2009, foi um baque, mas que sempre enfrentou tudo com otimismo. O apoio dos amigos e familiares foram fundamentais nessa hora.

O tratamento começou e com ele aquele turbilhão de sensações e emoções que ficam afloradas na vida tanto de quem é paciente quanto de quem está ao lado. Foram sessões de quimioterapia, cirurgia para a retirada da mama e reconstrução. Um processo que por si só é difícil, que desgasta corpo e alma. Mas a força de vontade e o desejo de estar curada prevaleceram. 

Como havia a chance de desenvolver um novo câncer no outro seio, optou por fazer a remoção da mama esquerda também e passou por um novo procedimento, similar ao primeiro, com reconstrução mamária.

Ufa, será agora tudo estava certo? Quis o destino que não. Mesmo tendo removido as duas mamas – sendo uma delas de forma preventiva, para diminuir as chances de uma recidiva - seis anos depois, em 2014, Klívia percebeu mais um nódulo, novamente no seio direito. O diagnóstico: neoplasia maligna.

“Essa segunda vez foi mais complicada porque foi uma junção de coisas. Me casei no dia 4 de outubro e no dia 17 fiz o exame que diagnosticou a doença. Exatamente um mês depois de me casar estava fazendo a cirurgia”, conta.

Cirurgia, radioterapia, altos e baixos da doença. “Desde aquela época eu encarei bem a situação, não deixei a peteca cair. Ao mesmo tempo eu tive as condições necessárias de tratamento, suporte familiar, amigos. Tudo isso fez a diferença”, conta Klívia, que ainda enfatiza a importância da relação de confiança com os médicos que a atenderam. “Sempre acreditei e eles me deixavam segura. O câncer de mama é um tipo de câncer que tem cura. Mas o nome ‘câncer’ atormenta, é amedrontador”.

Ela compartilha uma percepção que a ajudou durante todo o tratamento: não é sobre ganhar a guerra de uma vez, é vencer uma batalha por dia.

“Eu sempre enfrentei um pouquinho por vez. Era uma quimio a menos, um desconforto a menos. Nessa hora o psicológico e a fé são muito importantes para uma boa resposta ao tratamento. Nem todos os dias foram sossegados, nem todos os dias você está bem. Mas é um pouco por dia. E se você precisar conversar com alguém, converse, busque seus amigos ou terapia. Temos que fazer o que está ao nosso alcance”, aconselha.

Treze anos depois do primeiro diagnóstico, Klívia está curada da doença, mas o cuidado e a atenção com o próprio corpo fazem parte da rotina dela.

De tudo se tira um aprendizado

É isso que Klívia leva para a vida. “A gente sempre pode extrair coisas boas da dificuldade. Tudo depende com que perspectiva a gente olha. Se só pensar em coisa ruim, só vai ver coisas ruins. Com certeza eu não seria a pessoa que eu sou hoje se não tivesse passado por isso. Você olha a vida com um olhar diferente. É difícil, mas é o processo de crescimento do ser humano. Todos passam por algum sofrimento, não tem um maior ou menor. Temos que tentar extrair o que o momento pode ensinar, no sofrimento, na tristeza, porque pode trazer alguma coisa boa para o futuro”.