Setor agrícola espera crédito para safra e preços de produtos variam em SC - Nacional
null Setor agrícola espera crédito para safra e preços de produtos variam em SC
O Sicoob é o segundo maior financiador da produção agrícola em SC e no Brasil deve financiar R$ 25 bilhões para o Plano Safra 2021/22
Apesar dos entraves da guerra Rússia-Ucrânia, o Brasil conseguiu estoque de fertilizantes para o plantio da nova safra. O problema, agora, é a falta de crédito acessível via Banco do Brasil, o que poderá ser resolvido com sanção presidencial à verba aprovada pelo Congresso.
Outra alternativa de crédito acessível ao setor é oferecida pelas cooperativas de crédito, lideradas pelo Sicoob. Enquanto isso, no mercado, há mais alta de preços agrícolas, apurou a Epagri.
A cadeia produtiva da agricultura está abastecida de fertilizantes e sementes, mas enfrenta preços altos e falta de crédito acessível. A solução deve vir nos próximos dias, com a sanção do presidente Jair Bolsonaro à linha de R$ 868,49 milhões do governo federal, para complementar a equalização da taxa de juros para recursos do plano safra, informa o presidente da Federação da Agricultura (Faesc), José Zeferino Pedrozo. Esse montante foi aprovado pelo Congresso quinta-feira.
Segundo o vice-presidente da federação, Enori Barbieri, desde fevereiro o setor agrícola tem evitado fazer empréstimos para o plantio da safra porque o Banco do Brasil e outros bancos que operam a linha federal estão oferecendo crédito com custo de 20% ao ano. Inclui a Selic e outras taxas, o que fica caro para um setor que enfrenta alto risco e inflação em todos os lados, alerta ele.
Conforme Barbieri, o governo disponibilizou R$ 252 bilhões para o Plano Safra no período de julho de 2021 a junho de 2022. Mas a equalização de juros parou em janeiro porque dos R$ 12 bilhões previstos, apenas cerca de R$ 8 bilhões foram liberados. Agora vem esse novo aporte, que pode ser insuficiente. Os recursos são para propriedades de todos os portes, incluindo o Pronaf.
A principal alternativa ao Banco do Brasil em Santa Catarina é o sistema de crédito das cooperativas. O Sicoob empresta mais, é o segundo na oferta de crédito agrícola em SC. No país, a instituição já emprestou até o início de março R$ 14 bilhões para os produtores rurais e prevê chegar a R$ 25 bilhões até o fim do Plano Safra 2021/2022.
O Sicoob SC/RS, nesse mesmo período, emprestou R$ 2,7 bilhões e prevê chegar a R$ 3,6 bilhões até junho, quando se encerra esse Plano Safra. O sistema recomenda a cada produtor procurar sua cooperativa e verificar os valores e taxas dos empréstimos, de acordo com a classificação (pequeno, médio, grande) e com os volumes contratados.
Preços agrícolas variam no Estado
O setor agrícola cobra atenção para o crédito porque quando cai o plantio ou ocorrem problemas climáticos, os preços sobem. O acompanhamento mensal da Epagri sobre os preços agrícolas ao produtor de SC apurou que em abril alguns produtos importantes ficaram mais caros frente a março. A soja, que teve recuo de 21% no total colhido por causa da seca, custou na propriedade, em abril, R$ 195 por saca, 4,1% mais do que em março.
A saca do feijão preto alcançou preço R$ 281 em abril, com alta de 1,55% frente a março. O feijão carioquinha chegou a R$ 293,80 em abril, após subir no mês 8,95. O trigo teve alta de 9,1% em abril frente a março e de 25,47% em relação ao mesmo período do ano passado. O preço da saca chegou a R$ 97,69. É um bom preço para interessados em plantar trigo agora, no inverno.
O milho, uma das grandes preocupações do setor produtor de proteína e demais mercados, teve queda de 18% no preço em abril, recuou de R$ 103 por saca nas propriedades em SC para R$ 81. Essa mudança foi observada somente no Brasil, onde o mercado está em queda porque as agroindústrias estão reduzindo a produção de suínos pela queda de demanda.
E no caso da maçã, os produtores estão animados com as exportações, o que pode resultar em preços mais caros nos próximos meses, no Estado. Como está na safra, o preço ao consumidor, em Florianópolis, caiu 4,81% em março. A produção da fruta caiu 4,5% devido à seca, mas as exportações em volume cresceram 56% e em faturamento, 80%, principalmente com vendas para a Ásia, apurou a Epagri em seu boletim mensal de abril.
NSC – www.nsctotal.com.br – Estela Benetti – 2/5/2022.