Quais são os 7 ramos do cooperativismo no Brasil? [Guia completo]

Quais os ramos de cooperativas no Brasil? Por que há cooperativas para diferentes profissionais? Confira o guia completo do cooperativismo!

Tempo de leitura: 9min 35seg

O cooperativismo é um modelo de negócio que tem o objetivo de transformar o mundo em um lugar mais justo e próspero para todos.

Seja no campo ou nas grandes cidades, as cooperativas atuam em diferentes setores da economia. Isso permite que o atendimento aos cooperados seja mais personalizado.

Sendo assim, o cooperativismo possui 7 ramos e cada um deles tem a sua especificidade, embora todos sejam pautados pelos mesmos princípios. 

Preparamos este guia para você entender cada um dos ramos do cooperativismo e quais são os benefícios de fazer parte de uma cooperativa. Confira!

Por que existem cooperativas com diferentes finalidades?

No Brasil, segundo o Anuário do Cooperativismo Brasileiro em 2020, existem mais de 15 milhões de cooperados.

Todas essas pessoas buscam um mundo mais justo e sustentável, com mais desenvolvimento social e econômico para todos. Contudo, cada uma delas tem conhecimentos sobre assuntos diferentes.

Por exemplo, quem sempre trabalhou no campo tem mais conhecimento sobre agropecuária do que quem se formou em medicina. São duas atividades muito importantes para a economia e que transformam as comunidades, mas que têm tributação e legislações distintas.

Sendo assim, existem cooperativas específicas para determinados públicos, visando atender de maneira mais eficiente as distinções entre as atividades.

A divisão de ramos não elimina os princípios base do cooperativismo. Ou seja, a gestão democrática, a participação nos resultados, a autonomia e o interesse pela comunidade prevalecem, independentemente do setor em que a cooperativa opera.

Quais os ramos do cooperativismo?

O cooperativismo possui 7 ramos. A seguir detalharemos cada um deles para você entender como funcionam e suas vantagens.

1. Financeiro

É esse o ramo do Sicoob. As cooperativas financeiras (ou de crédito), são reguladas pelo Banco Central e autorizadas a oferecer os mesmos serviços de outras instituições financeiras, como:

  • Cartão de crédito.

  • Empréstimo.

  • Plano de previdência privada.

  • Seguros.

  • Abertura de conta (corrente, poupança, pessoa física e jurídica).

  • Financiamentos.

Então, quais as diferenças entre um banco e uma instituição financeira cooperativa? Várias. A principal delas é que as cooperativas financeiras oferecem taxas, tarifas e prazos mais adequados à realidade financeira dos seus cooperados.

Outro diferencial é a sua capilaridade no mercado. Em algumas regiões do Brasil, há apenas cooperativas financeiras atendendo a população. É o caso da cidade de Rio Pardo, que fica no interior de Rondônia.

Por fim, o objetivo de uma instituição financeira cooperativa não é o lucro, mas sim promover a inclusão financeira das pessoas. É por isso que, se você é um cooperado em uma cooperativa da rede Sicoob, por exemplo, você tem participação nos resultados financeiros da instituição.

2. Agropecuário

O ramo agropecuário é composto por cooperativas relacionadas às atividades agropecuárias, extrativistas, agroindustriais, aquícolas e pesqueiras. As cooperativas de alunos de escolas técnicas de produção rural também fazem parte desse segmento.

O papel principal dessas cooperativas é receber, comercializar, armazenar e industrializar a produção dos cooperados. Portanto, o cooperativismo agrícola agrega valor à produção e melhora a concorrência desses agricultores no mercado. Outro ponto positivo é que, como cooperados, eles também podem contar com assistência técnica e fomento à tecnologia.

Hoje, segundo o último censo agropecuário do IBGE em 2017, 48% de tudo que é produzido no campo brasileiro passa, de alguma forma, por uma cooperativa. Esse também é o maior ramo de cooperativismo no país, com 1.233 cooperativas, mais de 990 mil cooperados e mais de 200 mil pessoas empregadas.

 

Assista: Tudo o que você precisa saber sobre cooperativismo financeiro!

3. Consumo

O ramo de consumo engloba:

  • As cooperativas educacionais formadas por pais e alunos.

  • As cooperativas de turismo e lazer.

  • Outras cooperativas que realizam compras em comum, como redes de farmácias e supermercados.

A ideia principal das cooperativas de consumo é somar o poder de compra de todos os cooperados para reduzir os custos de bens e serviços. Além disso, garantir um melhor atendimento e segurança para seus associados.

A história do cooperativismo surgiu dessa forma. Em 1844, um grupo de 28 pessoas se uniu para montar seu próprio armazém e comprar alimentos em grande quantidade, conseguindo assim preços menores. 

É bem interessante ver que a ideia perpetua até hoje e, mais, conseguiu se estender para outros segmentos.

4. Infraestrutura

As cooperativas do ramo de infraestrutura têm como objetivo levar qualidade de vida e desenvolvimento econômico para todos os cantos do Brasil, incluindo aqueles mais remotos.

Elas fornecem os serviços essenciais como energia elétrica, irrigação, telefonia, telecomunicação, saneamento básico, construção civil, infraestrutura rodoviária e ferroviária, além da habitação.

Aliás, o modelo de produção de moradia via cooperativismo se tornou uma ferramenta essencial para a regulação de mercado, oferecendo preços mais acessíveis sem perder a qualidade dos empreendimentos.

5. Trabalho, bens e serviços

Esse ramo do cooperativismo reúne os seguintes setores:

  • Trabalho.

  • Produção.

  • Mineral.

  • Especial.

  • Parte do Turismo e Lazer.

  • Parte da Educação.

Se você é um profissional empreendedor e colaborativo, certamente vai se encaixar em uma cooperativa do ramo de trabalho, bens e serviços. 

Para quem possui uma especialidade e talento e quer transformar isso em um negócio rentável, o cooperativismo é um excelente caminho.

Segundo dados do anuário do cooperativismo brasileiro de 2020, desenvolvido pelo Sistema OCB, no Brasil, existem 860 cooperativas desse ramo, que beneficiam mais de 221 mil pessoas e empregam mais de 9 mil trabalhadores.

6. Transporte

Nesse ramo estão reunidas as diversas modalidades de transportes exercidas no Brasil: individual, coletivo e de cargas.

O objetivo das cooperativas de transporte é organizar, profissionalizar e trazer mais liberdade aos pequenos e médios transportadores. 

É importante ressaltar que essas cooperativas têm gestões específicas para cada uma de suas modalidades de transporte. Também é necessário frisar que para se associar a uma cooperativa desse ramo, a pessoa deve ser dona do seu próprio veículo. 

7. Saúde

O Brasil é pioneiro nesse ramo de cooperativa, com o maior número de cooperativas dedicadas à preservação e promoção da saúde humana. Inclusive, o cooperativismo de saúde brasileiro serve de modelo para outros países no mundo!

As cooperativas desse ramo englobam as áreas médica, odontológica, psicológica e outras profissões classificadas no CNAE 86 como “atividades de atenção à saúde humana” e as cooperativas de pessoas que se reúnem para constituir um plano de saúde.

O seu papel é contribuir para a qualidade na saúde suplementar e também levar acessibilidade à saúde a diversas regiões do país, por meio de parcerias com o setor público. 

De acordo com o anuário do cooperativismo brasileiro de 2020, desenvolvido pelo Sistema OCB, 85% dos municípios do país possuem uma cooperativa de saúde, e cerca de 25 milhões de brasileiros são atendidos pelas cooperativas do ramo.

As vantagens de ser um cooperado

O cooperativismo tem se consolidado como um dos sistemas econômicos mais justos, pois integra o desenvolvimento financeiro com o bem-estar social.

Fazer parte de uma cooperativa permite que você seja dono do negócio, independentemente do ramo escolhido. Você tem voz e as soluções são sempre construídas em conjunto. 

Se você busca transformação, cooperação e equilíbrio, ser um cooperado é o melhor caminho.

Venha saber mais sobre como o Sicoob funciona e faça parte!

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