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Sempre chega um momento em nossas vidas em que precisamos contratar um serviço financeiro, seja para abrir uma conta corrente ou mesmo para ter acesso ao crédito, ampliando nosso poder de compra.
Quando isso acontece, nosso primeiro impulso é procurar um banco. Contudo, sabia que existe no mercado uma solução melhor que os bancos?
Estamos falando das cooperativas financeiras! Entenda agora como funciona a distribuição de sobras e a participação nos resultados no cooperativismo.
O resultado positivo de uma cooperativa, comumente chamado de sobra, é distribuído entre seus cooperados de acordo com os critérios definidos durante a assembleia anual. Nesta reunião, cada cooperado tem direito a um voto, independentemente do montante de capital integralizado, e é nela que a distribuição dos resultados é definida.
Assim, ao se tornar um cooperado Sicoob, você deposita uma quantia chamada de cota-parte. Isso significa que você se torna também um sócio da instituição, com todos os deveres e direitos dessa função.
O somatório das cotas-partes constitui o capital social de uma cooperativa. A lógica é simples: quanto mais cooperados, maior o capital social da instituição.
Podemos definir capital social como o valor integralizado pelos sócios para ser utilizado pela sociedade. E é nesse ponto que vem a principal diferença entre os bancos e as cooperativas financeiras.
Enquanto nas cooperativas financeiras os cooperados passam a ser os donos das cooperativas, com iguais direitos e obrigações, nos bancos, normalmente, a maior parte do capital social é dividido entre um pequeno grupo de acionistas, que investem alto nas ações da organização e possuem maior influência nas decisões.
Além disso, ao contrário dos bancos, todos os anos, ao apurar as sobras do exercício, os sócios das cooperativas decidem conjuntamente a destinação desse recurso. Usualmente, a maior parte dessas sobras é dividida entre os cooperados na proporção das suas atividades. Isso porque as cooperativas financeiras não possuem finalidade de lucro, mas de dar à entidade condições de prestar serviços aos seus cooperados e levar justiça financeira para as comunidades em que estão inseridas.
Faz parte da essência do cooperativismo financeiro que seus cooperados prosperem e voltem seus esforços para a comunidade ao seu redor.
O cálculo dos resultados financeiros de uma cooperativa é feito pela contabilidade da instituição e envolve todos os saldos positivos da cooperativa financeira ao longo do ano.
É como um balanço anual, no qual são detalhados todos os valores de cada movimentação realizada pela cooperativa. Essa relação é apresentada aos cooperados e deve ser aprovada por eles.
A distribuição das sobras ou resultados em uma instituição financeira cooperativa é realizada de maneira democrática, por meio de uma assembleia, que acontece anualmente.
Separamos esse processo em 3 estágios para ficar mais claro:
Nas assembleias, os cooperados discutem a prestação de contas do ano anterior. É nesse momento que eles entendem os valores arrecadados e movimentados, quais as taxas, os custos gerais e o que restou.
É necessário que a prestação de contas seja em forma de demonstrações contábeis, para indicar em que cada valor foi utilizado. A transparência é fundamental nessa etapa!
Uma vez encerrada a prestação de contas, é o momento de votar a aprovação das contas e a forma que a distribuição das sobras será realizada.
Para as cooperativas, é necessário que, pelo menos, 10% das sobras líquidas sejam destinadas ao Fundo de Reserva, possibilitando que a instituição financeira realize as suas operações e que, pelo menos, 5% sejam destinadas ao Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social (FATES), destinado à prestação de assistência aos associados, seus familiares e, quando previsto nos estatutos, aos empregados da cooperativa. Por exemplo, se houver sobras de R$ 10 milhões, 20% podem ser destinadas ao Fundo de Reserva, 5% ao FATES e 75% dessas divididas entre os cooperados.
A estratégia é definida pelos cooperados. Vale lembrar que cada um tem direito ao voto, sendo a decisão tomada a mais democrática para todos.
Definindo como as sobras serão empregadas, é a hora de realizar a sua distribuição. Os critérios que definem a participação nas sobras são baseados na movimentação que cada cooperado fez sobre os seguintes serviços:
Conta corrente (depósitos à vista).
Aplicações (depósitos a prazo).
Empréstimos (operações de crédito).
Reciprocidade na utilização dos produtos e serviços financeiros da cooperativa.
Nesse sentido, as sobras são divididas de forma proporcional à contribuição dos cooperados para a formação do capital social da cooperativa.
Além do critério para distribuição das sobras, também são discutidas e votadas as soluções mais adequadas e sustentáveis aos cooperados e às suas comunidades. Afinal, cuidar das comunidades em que estão inseridas é um dos princípios do cooperativismo.
O Sicoob, por exemplo, conta com o Instituto Sicoob, cujo objetivo é difundir a cultura cooperativista e contribuir para a promoção do desenvolvimento sustentável das comunidades.
A instituição é responsável por programas e projetos dentro de três eixos:
Cooperativismo e Empreendedorismo.
Cidadania Financeira.
Desenvolvimento Sustentável.
A partir desses eixos, o Instituto atua em parceria com o Sicoob, realizando ações conjuntas e integradas às cooperativas.
É por isso que no Sicoob todo mundo sai ganhando! Interessou? Então, veja como é simples se tornar um cooperado!