Em matéria publicada no site exame.com.br, o Sicoob aparece como um dos destaques em comparativos realizados entre Banco e Cooperativas de Crédito. Nos últimos anos, os cinco maiores bancos do Brasil, que concentram 90% do crédito do mercado, seguraram a concessão de empréstimos e reduziram as agências. Na contramão, um tipo diferente de instituição financeira, que oferece os mesmos produtos e serviços a taxas mais baratas, roubou a cena: as cooperativas de crédito. É bem provável que você já tenha ouvido falar de Sicoob, Sicredi e outras cooperativas. Responsáveis por apenas 3% do crédito no Brasil, elas cresceram 20% ao ano em operações, em média, enquanto o país afundava na crise econômica. O grande feito é explicado, principalmente, pela expansão das operações de crédito voltadas para empresas do agronegócio nas regiões Sul e Centro-Oeste. Nos últimos cinco anos, o número de cooperados pessoas jurídicas cresceu 80% e chegou a 1,1 milhão. Mas não foi só o crédito rural o responsável pela festa. No mesmo período, o número de associados pessoas físicas cresceu 52% e chegou a 8,1 milhões. Tudo puxado pelo empréstimo pessoal, a operação de crédito de maior volume para pessoas físicas nas cooperativas, e pelo cartão de crédito, a modalidade que mais cresce. O chamariz? As taxas de juros. A taxa do empréstimo pessoal nas cooperativas é, em média, metade da praticada pelos bancos, segundo o Banco Central. Por que taxas baixas e mais agências As cooperativas oferecem taxas mais competitivas porque, diferente dos bancos, que devolvem o lucro aos seus acionistas, elas distribuem seu resultado para os próprios cooperados. Assim, se retroalimentam: cobram menos e devolvem a chamada ?sobra? todo ano aos associados. Além disso, as cooperativas conseguem oferecer taxas cada vez mais baixas por que, à medida que se profissionalizam, ganham escala, como destaca o último Relatório de Economia Bancária do Banco Central. ?Os bancos já estão consolidados, enquanto nós ainda temos muito a avançar?, diz Wanderson de Oliveira, diretor-presidente da Federação Nacional das Cooperativas de Crédito (FNCC). Além de praticar juros mais baixos, as cooperativas focam na expansão geográfica. Em 172 municípios do país, a cooperativa é a única instituição financeira da cidade. Em paralelo, muitas cooperativas nasceram no interior e agora dão as caras nos centros urbanos. Em plena era das fintechs e bancos digitais, suas agências físicas cresceram 17% nos últimos cinco anos. Cooperativismo ainda engatinha no Brasil Hoje, o Brasil tem 967 cooperativas de crédito e 6.037 pontos de atendimento, mas o cooperativismo ainda engatinha no país em comparação ao mundo. Nos Estados Unidos, 30% da população é cooperada e na Alemanha, 22%. Já por aqui, somente 4% dos brasileiros são associados a uma cooperativa. ?Temos só 30 anos. Há 10 anos, oferecíamos somente metade dos produtos e serviços que temos hoje. Nos profissionalizamos, fomos regulados e criamos uma relação extraordinária com o Banco Central?, diz o diretor de desenvolvimento e supervisão do Sicoob Confederação, Francisco Reposse. Maior sistema do país em número de cooperativas, o Sicoob projeta crescer 16% em operações de crédito, 15% em associados e 4% em agências em 2018. Como é ser um associado Na maioria das cooperativas do Brasil, qualquer um pode ser associado, independentemente da sua renda ou profissão. Grande parte delas oferece os mesmos serviços que os bancos: contas, cartões, empréstimos, investimentos, seguros e consórcios, entre outros. No Sicoob, o valor médio das operações de crédito é de 2.826 reais. Em vez de abrir conta como um cliente, o consumidor se torna um cooperado. Ser um cooperado significa ser usuário e dono do negócio. Para fazer parte da cooperativa, o associado precisa pagar um valor inicial, chamado de capital social. No Sicoob, esse valor é a partir de 50 reais. Esse dinheiro é remunerado pela taxa Selic e forma o patrimônio da cooperativa. Quem quiser pode realizar mais aportes ao longo do tempo. Como donos do negócio, os associados podem votar em assembleias para tomar decisões sobre os rumos da cooperativa. Muitas reinvestem o dinheiro captado na comunidade onde estão. Se tiver resultados positivos, o dinheiro, chamado de ?sobra?, é proporcionalmente distribuído aos associados uma vez por ano, de acordo com o valor das operações de cada um.
Fonte: https://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/cooperativas-de-credito-roubam-a-cena-e-hora-de-sair-do-seu-banco/ - Com adaptações