Você está em: Histórico de Notícias


10/11/17

Os sete princípios cooperativistas


Marcelo Correa Medeiros: princípios são uma vantagem competitiva que diferencia o modelo de gestão e negócios do cooperativismo 

Os sete princípios cooperativistas constituem a base, a essência e o diferencial de uma cooperativa, de qualquer ramo de atividade, em âmbito mundial. Artigo de Marcelo Correa Medeiros, inspetor do Sicoob Central SC/RS.

É por meio dos princípios, que os valores cooperativistas são colocados em prática.

Os princípios tiveram origem nas normas criadas pelos pioneiros de Rochdale, que em 1844 fundaram a primeira cooperativa dos tempos modernos, na Inglaterra, e são mantidos atualmente pela ACI - Aliança Cooperativa Internacional.

Apresento a seguir, os sete princípios que regem o cooperativismo:

1º - Adesão voluntária e livre - As cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviços e assumir as responsabilidades como membros, sem discriminação de qualquer natureza; social, racial, de gênero, política ou religiosa.

2º - Gestão democrática - As cooperativas são organizações democráticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões. Os homens e as mulheres, eleitos como representantes dos demais membros, são responsáveis perante estes. Nas cooperativas de primeiro grau os membros têm igual direito de voto (um membro, um voto).

3º - Participação econômica dos membros - Os membros contribuem na formação do capital social das suas cooperativas e com a sua movimentação econômica e financeira. Os excedentes (sobras) são rateados de forma proporcional à movimentação de cada associado na sua cooperativa. Os valores podem ser destinados à formação de reservas, ao capital social ou outras formas de benefícios aos associados, dentro da legislação específica e ramo de atuação da cooperativa.

4º - Autonomia e independência - As cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua, controladas pelos seus membros. Se firmarem acordos com outras organizações, incluindo instituições públicas, ou recorrerem a capital externo, devem fazê-lo em condições que assegurem o controle democrático pelos seus membros e mantenham a autonomia da cooperativa.

5º - Educação, formação e informação - As cooperativas promovem a educação e a formação dos seus membros, em todos os níveis, bem como das comunidades onde estão inseridas, de forma que todos possam contribuir de forma eficaz para o seu desenvolvimento econômico, social e ambiental.

6º - Intercooperação É a cooperação entre as cooperativas, para o fortalecimento do movimento como um todo e dos princípios cooperativistas. Isso pode ocorrer em diversos níveis: através das estruturas locais, regionais, nacionais, internacionais; entre cooperativas do mesmo sistema; com cooperativas de outros sistemas; e com cooperativas de outros ramos do cooperativismo.

7º - Interesse pela comunidade - As cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentável das comunidades onde estão inseridas, através de políticas aprovadas pelos membros. Prezam por investimentos em projetos que sejam economicamente viáveis, ambientalmente corretos e socialmente justos.

A preservação dos princípios cooperativistas é um fator fundamental para que os empreendimentos dessa natureza continuem sendo cooperativos, para que não percam a sua essência e razão de existir, evitando assim, a sua descaracterização.

Sem a prática dos princípios universais que norteiam o cooperativismo, esse tipo de empreendimento passa a ser apenas mais um, no mercado, em meio a tantos outros, principalmente levando em consideração a época de transição, mudanças e turbulências em que vivemos atualmente, nas mais diversas áreas, em âmbito mundial.





Fonte: Marcelo Correa Medeiros - www.administradores.com.br.

Voltar ao Site