Ivan Ramos: Setor está colhendo os frutos de uma boa divulgação na mídia

Por Ivan Ramos- diretor executivo da Fecoagro.

Alguém já disse isso em outras épocas: é na crise que o cooperativismo avança mais. Sem considerar outros fatores que influem nas atividades econômicas, só o fato de existir união de esforços em busca de interesses comuns, já justifica essa afirmativa.

Em Santa Catarina foi anunciado, recentemente, pelo presidente da Ocesc, que em 2016 o cooperativismo de modo geral cresceu mais de 15%, numa economia que experimentou índices negativos de 3%.

Dentro do sistema há de se destacar o ramo de Crédito que cresce a passos largos. Todos os sistemas existentes em nosso estado Sicoob, Sicredi, Unicred e Cecred apresentaram números expressivos no ano de 2016.

No dia 23 de maio o presidente do Sicoob, Rui Schneider da Silva, reuniu a imprensa para mostrar os avanços. Um crescimento de 24% no número de associados, ultrapassando 750 mil, em comparação com o ano anterior. Nos últimos quatro anos o crescimento em associados foi de 70%.

Os associados das 39 cooperativas integrantes do Sicoob de SC/RS estão distribuídos numa rede de mais de 400 pontos de atendimento. O Sicoob está presente em 247 municípios catarinenses, atingindo 84% do território. Está se preparando para até 2018 atingir 1 milhão de associados.

Em valores econômicos, o crescimento foi ainda mais expressivo. Em depósitos totais cresceu 33%. Em SC e RS o sistema cresceu 16% em operações de crédito. As diferenças das demais instituições financeiras não cooperativas é que precisam ser difundidas. A devolução das sobras em 2016 foi de R$ 248 milhões, comprovando que o cooperativismo de crédito além de ter taxas de juros e tarifas bancárias menores, as sobras voltam para os associados que são os donos do banco. O sistema cresceu em nível nacional, mas em SC os índices são ainda maiores.

E o que faz um sistema crescer tanto em épocas de crise? Há muitas razões, mas a principal foi a difusão das diferenças do sistema cooperativo em relação a outros bancos convencionais, especialmente junto às pessoas físicas e pequenas empresas. A divulgação permanente das vantagens e dos resultados tem ajudado a ampliar a adesão ao cooperativismo de crédito.

Temos ainda muito a crescer, e com a popularização do movimento nos meios urbanos, certamente o avanço será sempre progressivo, diferente de outros setores da economia em épocas de crise.

Ainda há entre nós, no cooperativismo, aqueles que não acreditam na mídia, na conscientização, mas os resultados estão aí num sistema que tem progredido muito nesse setor e está colhendo os frutos dessa divulgação, não apenas das vantagens da cooperação, mas dos resultados que as cooperativas de crédito têm conseguido. Portanto, quem ainda não é sócio de cooperativa, que procure logo uma pois, com certeza, terá boas surpresas nos negócios e no final e cada ano. Pense nisso.