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03/10/18

Os sete princípios de Rochdale


Marcelo Medeiros: cooperativismo é uma história de resiliência, superação e sucesso, que hoje congrega mais de 1 bilhão de pessoas

O instrutor de Educação Corporativa do Sicoob Central SC/RS, Marcelo Correa Medeiros, publicou artigo na Revista EasyCoop/SP - edição setembro/outubro de 2018, página 12. Marcelo Correa Medeiros é mestre em Direção Estratégica, possui MBA em Gestão Empresarial, graduado em Administração, Gestão de Cooperativas e Ciências Contábeis. Possui formação em Professional and Self Coaching PSC/IBC. É embaixador da paz pela UPF Universal Peace Federation (Federação para a Paz Universal), órgão internacional ligado à ONU. Atua há mais de 25 anos no Associativismo e Cooperativismo Financeiro, onde já exerceu as funções de sócio fundador, presidente, gerente geral, contador e inspetor.  Recentemente, lançou O milagre da cooperação, na 25ª Bienal Internacional do Livro, em São Paulo. Confira, a seguir, o artigo.

Eram tempos difíceis, no auge da chamada Revolução Industrial. Com o avanço da mecanização nas indústrias, aumentava cada vez mais o número de trabalhadores sendo descartadospelo sistema predominante na época. A pessoas passavam por privações de toda ordem, inclusive dificuldades de acesso à alimentação.

Mas justamente no meio dessa grave crise, um grupo de operários, em sua maioria tecelões (vinte e sete homens e uma mulher), resolveram abrir o seu próprio negócio de itens alimentares, um mercado cooperativo, para facilitar o acesso à alimentação e outros produtos necessários à sobrevivência.

Surgia aí, a Sociedade Equitativa dos Probos Pioneiros de Rochdale, considerada a base para o chamado cooperativismo moderno. Eles abriram inicialmente o seu mercado cooperativo(cooperativa de consumo), com uma variedade muito restrita de produtos, como manteiga, açúcar, farinha e algumas velas.

Dentro de poucos meses, eles diversificaram seu portfólio de produtos e logo começaram a ser conhecidos na região, por comercializar artigos de boa qualidade a preços acessíveis.  E em 10 anos, o movimento cooperativo na Inglaterra já atingia a marca de mil cooperativas.

Uma história de resiliência, superação e sucesso, cujos resultados são extraordinários, envolvendo hoje mais de 1 bilhão de pessoas em todo o globo, ajudando a melhorar a vida das pessoas e contribuindo para a construção de um mundo melhor.

O segredopara todo esse sucesso, está nos "Princípios de Rochdale", um conjunto de sete princípios de cooperação, que une e fortalece as pessoas em todo o planeta, que é a base para o cooperativismo moderno.

Esses pioneiros do cooperativismo mundial, criaram normas e regras para orientar a conduta e o funcionamento do seu empreendimento cooperativo.

Essas normas criadas pelos pioneiros de Rochdale deram origem aos chamados princípios cooperativistas. É por meio dos princípios, que os valores cooperativistas são colocados em prática. Os princípios são mantidos atualmente pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI).

Apresento a seguir, de forma resumida, os 7 princípios que regem o cooperativismo:

1º - Adesão voluntária e livre.

2º - Gestão democrática.

3º - Participação econômica dos membros.

4º - Autonomia e independência.

5º - Educação, formação e informação.

6º - Intercooperação.

7º - Interesse pela comunidade.

Sem a prática dos princípios universais que norteiam o cooperativismo, esse tipo de empreendimento passa a ser apenas mais um, no mercado, em meio a tantos outros, principalmente levando em consideração a época de transição, mudanças e turbulências em que vivemos atualmente, nas mais diversas áreas, em âmbito mundial.

Essa história jamais deve ser esquecida, pois constitui-se na razão de ser e de existir de uma cooperativa, de qualquer ramo, em qualquer lugar do mundo. É o nosso grande diferencial.

Assim, a preservação dos nossos valores, princípios, da nossa história, é cada vez mais um fator de importância vital para a continuidade e sustentabilidade do movimento cooperativista em âmbito mundial.





Fonte: Revista EasyCoop/SP - edição setembro/outubro de 2018, página 12.

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