Marita: tivemos que nos adaptar a tudo e isso nos uniu, aumentou o espírito cooperativo, valorizando a união, o prazer de trabalhar juntos e o coletivo
Tudo está ligado!, diz Marita Domhof logo no começa da conversa. Para ela, a venda de flores, as tendências do mercado, o meio ambiente, a moda, o bem-estar das pessoas e até mesmo o sucesso nos negócios fazem parte do mesmo ciclo.
Trabalhamos sempre em equipe, como se fosse uma cooperativa, cada pessoa tem sua importância e todos estão prontos a ajudar. Se todo mundo colabora, é bom para todo mundo, explica a proprietária do Rancho Raízes, empresa localizada em Holambra, interior de São Paulo, e que atua no ramo de flores desde 1991.
Marita conta que a origem desse pensamento está na história de sua família, formada por imigrantes holandeses que chegaram ao Brasil em meados do século 20 e enfrentaram as adversidades de um país desconhecido. Éramos uma família com nove filhos. Meus pais chegaram e tiveram que se adaptar a tudo cultura, clima, idioma Isso nos uniu e nos fez crescer com espírito cooperativo, valorizando a união, o prazer de trabalhar juntos e o coletivo, diz a empresária.
E completa: Aprendemos desde criança que se você faz o bem pra todos o bem de todos vem pra você. E isso podemos notar em todos os lugares numa cooperativa, numa empresa, numa comunidade e até na nossa casa.
Outro exemplo desse cooperativismo Marita encontra na própria natureza e na forma como sua empresa lida com o meio ambiente. Utilização de água das chuvas, irrigação por gotejamento (que evita desperdício), compostagem (que permite o uso de menos defensivos e adubos químicos), reflorestamento de áreas de manancial e o descarte do lixo estão entre as iniciativas concretas do Rancho Raízes. Nosso reflorestamento, por exemplo, já tem feito a água jorrar com mais força em nossa propriedade. E isso é uma grande conquista, conclui.
Unindo as pontasO olhar amplo de Marita também se aplica à forma como ela observa as tendências de mercado e as aplica em sua empresa. Um dos exemplos está na moda, pois, segundo ela, as tendências no vestuário acabam interferindo no gosto das pessoas e consequentemente no que diz respeito à venda de flores. Quando começamos a produzir flores na cor laranja, não vendia. Aí o laranja entrou na moda e hoje vende muito bem. Por isso sempre prestamos atenção em tudo que está acontecendo no mundo, pois na sociedade tudo está conectado, explica.
Sempre inspirada e ativa, a empresária diz que o ciclo se fecha quando alguém se identifica com uma flor, se sente feliz e a leva pra casa para compartilhar com a família ou amigos. No momento em que a pessoa, lá no supermercado, lá no florista, se sente feliz com o cheiro da flor, com o frescor, com a umidade, com o perfume que ela exala aí acho que conseguimos nos conectar com o outro e é isso que o ser humano precisa, conclui.