Cooperativas facilitam o acesso ao crédito, oferecendo produtos e serviços com taxas de juros e tarifas reduzidas
Imprevistos não escolhem hora e nem lugar. E 2020 surpreendeu a todos. O planejamento de muita gente para o ano teve que ser revisto. A pandemia forçou pessoas e empresas a mudar de rumo, promover ajustes, se reinventar. E as cooperativas financeiras têm feito a diferença nessa reorganização econômica de famílias e empresas. As cooperativas facilitam o acesso ao crédito, oferecendo produtos e serviços com taxas de juros e tarifas reduzidas. E não é pouca coisa não. Em relação a crédito pessoal, os associados do Sicoob, um dos exemplos de cooperativas financeiras, desembolsaram em média 38% a menos com juros que os clientes de bancos convencionais. O comparativo usou como base os dados do sistema financeiro de 2019. Neste cenário, o economista e professor da Universidade Regional de Blumenau (Furb), Jamis Piazza, destaca que a cooperativa ganha e o cooperado ainda mais. A entidade financeira ganha porque vem conquistando cada vez mais associados. E os cooperados porque têm acesso a crédito e serviços com taxas e tarifas bem mais baratas do que os bancos, resume o economista. Já são mais de 10 milhões de brasileiros associados as instituições financeiras cooperativas. Em Santa Catarina, elas estão presentes em 90% dos municípios. Em algumas cidades, as cooperativas de crédito são as únicas instituições financeiras disponíveis. A atuação delas favorece uma melhor distribuição da renda, estimula o desenvolvimento econômico e promove a justiça social. Tudo de forma rápida e sem burocracia. Teve associado que buscou a cooperativa para colocar vidros na sacada e assim garantir a segurança dos filhos. Este caso, em especial, o cooperado contratou o empréstimo em dois minutos, pelo aplicativo do celular, sem sair de casa. Também teve gente que aproveitou a pandemia para se qualificar. Profissionais que fizeram o curso que tanto queriam graças a um empréstimo pessoal. Se tivessem que pagar à vista, dificilmente conseguiriam realizar este sonho agora. A extensão da crise causada pela pandemia também fez muitos empreendedores buscarem empréstimo para manter o negócio. E assim como aconteceu em períodos anteriores, a importância das cooperativas cresce ainda mais em meio crise. Pesquisa do Sebrae com a Fundação Getúlio Vargas mostra que as cooperativas lideram a concessão de empréstimos (31%), depois aparecem os bancos privados (12%) e por último os bancos públicos (9%). Se sua empresa quer investir ou precisa de capital de giro, as cooperativas financeiras também têm recursos para isso. Somente com o Pronampe, que é o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, o Sicoob SC/RS repassou para os seus associados R$ 334 milhões R$ 178 milhões na primeira fase e R$ 156 milhões na segunda. E só não emprestou mais porque este foi o total de recursos do Pronampe à disposição do Sicoob SC/RS. Sérgio Villani tem uma fábrica de embalagens em São Miguel do Oeste, no Extremo-Oeste de Santa Catarina. Ele recorreu ao Pronampe por conta da taxa de juros (Selic + 1,25% ao ano) e das condições de pagamento (prazo de 36 meses com oito de carência). Com esse dinheiro conseguimos comprar a matéria-prima à vista e parcelar a venda do nosso produto para os clientes, explica Sérgio. Resultado: as vendas cresceram 20% em relação ao que ele vendia antes da pandemia. E os números poderiam ser ainda maiores se tivesse mais matéria-prima disponível no mercado. A oferta de recursos com baixo custo, na hora que o associado precisa, e sem burocracia, dá um maior fôlego ao cooperado e contribui também com a recuperação da economia e o desenvolvimento das regiões em que as empresas atuam. Para Edemar Fronchetti, presidente da cooperativa em que o Sérgio é sócio, em momentos delicados e de incertezas como este da pandemia, a união é a saída para sobreviver e prosperar. Nunca se falou tanto em cooperação, colaboração, apoiar-se, respeitar o outro. As dificuldades vêm e vão e nessas horas é que se vê a importância de ter com quem contar. Esse é o propósito em que nossos fundadores acreditaram quando ousaram investir neste sonho: que a cooperativa se tornasse um alicerce, uma segurança, que estivesse aqui, como uma grande família que acolhe os seus quando estes mais precisam, enfatiza Fronchetti. Para virar sócio de uma cooperativa financeira é fácil, basta você adquirir uma cota capital. Tem cota a partir de R$ 50,00. E passa a ter acesso aos produtos e serviços da cooperativa e também o direito de participar dos resultados (as sobras que a cooperativa tem a cada ano). Você pode abrir uma conta de onde estiver. É só baixar o aplicativo da cooperativa no seu celular ou tablet e preencher os dados.