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10/02/20

Construindo um futuro cooperativo


Harari: a importância da cooperação para vencer os desafios que estão pela frente

Se o cenário atual parece difícil e em crise, o futuro pode ser cheio de surpresas. Para colher bons frutos, pessoas e empresas precisam se preparar. Transformação, colaboração e impacto. Inovação. Empatia e escuta. Propósito e confiança. Essas são palavras-chaves para quem quiser trilhar caminhos de sucesso nos próximos anos.

Debater os desafios para inovar e sobreviver a um mundo de rápidas mudanças foi a principal preocupação de um grupo de gestores cooperativistas que participou, entre os dias 4 e 6 de novembro, da HSM 2019 — o maior evento de gestão empresarial da América Latina.

Desde a sua fundação, em 1987, a HSM acompanha o que há de mais inovador em gestão, trabalhando ao lado das lideranças de negócios para alcançar sua missão de transformar o país por meio do desenvolvimento de líderes e organizações.

E o nosso cooperativismo não podia ficar de fora desse movimento! Em 2019, o Sistema OCB montou um auditório exclusivo na HSM Expo para debater os temas e assuntos importantes para o movimento cooperativista.

Foi um momento de estar atento para compreender novos conceitos, questionar paradigmas, ouvir e, principalmente, absorver as muitas novidades trazidas por especialistas de diversos setores.

Cooperação é tendência

Considerado um dos principais pensadores da atualidade, o filósofo e historiador israelense Yuval Noah Harari é autor dos best-sellers Sapiens: uma breve história da humanidade e 21 Lições para o Século 21. Estudioso das principais tendências para o futuro, Harari falou sobre a importância da cooperação para vencer os desafios que estão pela frente. Confira.

Cooperação global

Nenhuma nação pode vencer, sozinha, as três grandes ameaças do século XXI: o colapso ecológico, a mudança climática e o mau uso das tecnologias armamentistas. Os governos, com as corporações globais, é que terão esse papel.

Mercado de trabalho

Ninguém sabe como será o mercado de trabalho daqui a 50 anos. A inteligência artificial e a robótica vão mudar profissões, e muitos dos trabalhos que as pessoas fazem hoje vão desaparecer.

É certo que novas carreiras vão surgir, mas uma massa de pessoas que trabalham com funções operacionais (como caixa de supermercado e operadores de telemarketing) ficarão desempregadas. Países desenvolvidos e que investem em educação, como a Suécia, conseguirão cuidar desses antigos trabalhadores; já os países em desenvolvimento precisarão criar políticas públicas capazes de garantir uma vida digna para esses profissionais em extinção.

O poder da tecnologia

Bilhões de pessoas confiam nos algoritmos do Facebook para contar o que é notícia, no Google para dizer o que é verdade, na Amazon para definir o que irão comprar. Mas, por trás desses algoritmos existem grandes corporações com interesses próprios. Precisamos ter cuidado antes de confiar cegamento nesses sistemas.

A estupidez é uma força poderosa. Nós passamos por duas guerras mundiais, nazismo e stalinismo. Se nós, humanos, não usarmos as tecnologias a nosso favor, poderemos desaparecer como espécie. Talvez os ratos que sobreviverem aprendam com nossos erros.

Conselhos

As pessoas sempre me perguntam o que precisam ensinar para as crianças, hoje, para torná-las aptas a sobreviver em 2040 ou 2050. Para mim, o mais importante é ensiná-las a terem uma mente flexível, capaz de se reinventar e encontrar novas saídas para si mesmas, independentemente do cenário no qual estejam vivendo.





Fonte: Por Lilian Beraldo e Guaíra Flor - Revista Saber Cooperar edição de out/nov/dez 2019.

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